05 dezembro 2005

Murnau


F.W. Murnau nasceu no dia 28 de Dezembro em Bielefeld, na Alemanha. Desde jovem criou uma enorme paixão pelo teatro, bem patente nos seus filmes, Aurora é um dos grandes exemplos. Foi assim que o jovem Murnau rumou para Berlim chamado por Max Reinhardt para ingressar na sua escola de teatro. Em 1914 a sua carreira teatral que já estava bem consolidade vê-se brutalmente interrompida com o início da guerra, para a qual é mobilizado. Após a guerra, em 1919, regressa a Berlim onde inícia o seu trabalho como realizador de cinema. Der Knabe in Blau é o seu primeiro filme, que está infelizmente perdido, alias como 7 outros filmes do periodo alemão. Em 1920 roda Der Januskopf, uma adaptação de O Estranho caso do Dr. Jekyll and Mr. Hyde de R.L. Stevenson. Com fim da guerra e da censura, foram grandes anos para o cinema alemão com o surgimento de dois dos melhores cineastas da época; Murnau e Lang. As audiências de então vibravam com filmes de argumentos exóticos, com histórias de crime e aventuras. Em 1922 completa uma das suas obras primas Nosferatu, ainda hoje a referência para todos os filmes sobre Vampiros. Denso, obscuro e sinistro deve ter horrorizado as audiências da época. Em 1924 faz Der Letzt Mann, segue-se Herr Tartüff em 1926. Este é também o ano de Fausto, a adaptação da obra de Goethe. Este periodo de grande riqueza criativa atinge o auge no ano seguinte com o já mencionado Aurora. Aurora já é rodado nos Estados Unidos onde Murnau inicia a sua ligação à Fox Films. Segue-se 4 Devils, mais um filme perdido para a colecção do cineasta, em 1928. City Girl de 1931 trás de volta o Murnau de Aurora, A história de um rapaz que ao deslocar-se à cidade para vender o trigo da família regressa com uma bela mulher. O amor dos dois vai encontar a forte hostilidade do pai do jovem. De novo os mesmos ambientes: Uma pequena comunidade rural, e a chegada de uma jovem da cidade. Desta vez não há triâgulo amoroso, porém a oposição do pai vai fazer com que a rapariga fuja de volta para a sua a cidade. O Jovem Lem é que não está pelos ajustes e vai atrás dela. Com City Girl acaba a colaboração com a Fox Films. Dá-se então o encontro com Robert Flaherty e fundam a Flaherty-Murnau Productions. Murnau compra um iate e decide navegar até ao Pacífico para rodar o seu seguinte filme Tabu. O argumento original denunciava a exploração das companhias de pérolas chinesas aos pobres pescadores do Taihiti. Porém teve de ser alterado com a falência do principal patrocinador, virou então uma história de amor. As diferentes visões artísticas levaram a que Flaherty abandonasse o projecto. Murnau teve que finaciar sózinho o filme. Por sorte a Paramount comprou o filme e ofereceu-lhe um contracto por 10 anos. Apesar De Fausto, Nosferatu ou Aurora serem considerados os seus melhores filmes Tabú é o meu preferido. Os actores são verdadeiros polinésios alguns rituais reais foram aproveitados para o filme. Um jovem pescador de pérolas apaixona-se por Reiri, no entanto ela é escolhida e declarada Sagrada, Tabu. Isto queria dizer que nenhum homem lhe poderia tocar. O amor é mais forte e fogem ambos para a "civilização". A fotografia é brilhante; a sequência inicial com o sol a cintilar sobre o mar é maravilhosa, ainda por cima a preto e branco. Infelizmente o mestre nunca assistiria a estreia do filme, morreria num acidente de viação na Califórnia. Foi uma vida breve mas que deixou uma grande obra e marcou para a Sétima Arte.

Sem comentários: