17 março 2006

PASOLINI NA CINEMATECA


Durante os meses de Março de Março e Abril a Cinemateca celebra os 84 anos do nascimento do realizador, escritor, poeta e dramaturgo Pier Paolo Pasolini. Toda a sua obra vai ser revista: Os filmes realizados ou os que têm argumentos da sua autoria. Também as curtas e documentários.
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Pier Paolo Pasolini nasceu no dia 5 de Março de 1922 em Bolonha Itália. Filho de carlos Alberto Pasolini, um militar de carreira, e de Susanna professora numa pequena localidade do norte de Itália. Aos 20 anos pública o primeiro livro de poesia, "Poesie a Casarsa", para trás já ficara a fundação de várias revistas. Em 1945 o seu irmão Guido é assassinado, Guido era membro da resistência e terá sido assassinado devido a lutas entre várias facções rivais da resistência Italiana. Durante toda a década de 40 pública muita poesia e depois da guerra torna-se membro do Partido Comunista Italiano de onde é expulso em 1949, por alegada corrupção de menores. 1955 é o ano em que inicia a sua ligação ao cinema colaborando no guião do filme LA DONNA DEL FIUME de Mario Soldati com Sophia Loren no principal papel. Escreve então vários roteiros, colaborando principalmente com o realizador Mauro Bolognini. Colabora também nos argumentos de LE NOTTI DI CABIRIA(1957) e LA DOLCE VITA ( 1960) Do realizador Federico Fellini. Até ao fim da sua vida foi colaborando e escrevendo argumentos para vários grandes realizadores como Godard ou Bertoluci. Viu romances passarem à tela e escreveu argumentos para os eus próprios filmes. A estreia como realizador dá-se em 1961 com o filme ACCATTONE, a dramática história de Victorio Accattone( Franco Citti), um chulo que nunca trabalhou na sua vida e que se sustenta prostituindo Madalena (Silvana Corsini)a sua companheira. Quando esta é presa fica desesperado sem meios de substência. Em MAMMA ROMMA, o trabalho seguinte, retoma o tema da prostituição: Mamma Romma(Anna Magnani, soberba) é uma prostituta de meia idade que abandona "a vida" para se tornar uma vendedora de frutas e poder tomar conta do do seu filho adolescente. Em 1963 colabora no filme RO.GO.PA.G, uma obra dividida em vários segmentos realizados por Godard, Gregoretti, Roberto Rosselini e Pasolini no segmento La Ricotta. EM 1964 um dos seus maiores clássicos O EVANGELHO SEGUNDO MATEUS é para muitos o melhor filme jamais feito sobre a vida de Jesus, e ainda por cima feito por um não crente. Com UCCELLACCI E UCCELLINI estrea-se em comédia com o famoso comediante italiano ToTò; Um homem e o seu filho caminham à beira de uma estrada quando lhes aparece um corvo que além de falante também é marxista e que vai comentando todas as peripécias da jornada que incluí uma viagem ao passado, aos tempos de S. Francisco de Assis. Como o corvo nunca se cala pai e filho fartos vão ter que tomar medidas drásticas. Um grande filme que deu a Totò um dos melhores papeis da sua carreira. Apesar do género comédia não deixa de ser um filme sério e idealista. A sua carreira não se limita ao cinema continua a escrever poesia, romance e também teatro, só em 1966 saem 6 peças da sua autoria. Já em 67 participa no filme LE STREGHE ao lado de realizadores como Mauro Bolognini, Vittorio de Sica (espero falar dele em breve), Franco Rossi e Luchino Visconti, Pasolini assina a realização do segmento LA TERRA VISTA DALLA LUNA. Em 1967 outra obra prima EDIPO REI pegando no mito de Édipo de Sófocles revive os seus traumas familiares; a conflituosa relação com o pai e a morte do irmão. A acção começa antes da segunda guerra mundial, regressa à antiguidade e acaba de novo já na Itália em reconstrução do pós-guerra. O filme seguinte é TEOREMA, um dos seus filmes mais estranhos. Uma familia burguesa recebe a visita de um estranho homem que aos poucos começa a seduzir todos os membros da família. Primeiro a criada, depois o filho, a mãe e finalmente o pai. Depois da sua partida nada volta a ser igual, quem seria esse homem, poderia ser Deus? Este é um dos filmes mais polémicos do realizador, criticado à esquerda e á direita não é concerteza um dos seus melhores filmes ainda assim vale a pena ver; Laura Betty está em grande no papel de criada que lhe valeu o Prémio para melhor Actriz em Veneza.

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