VOLTAR

VOLVER
VOLTAR, o título diz tudo; VOLTAR à terra que que o viu nascer, VOLTAR à sua infância e acima de tudo VOLTAR ao seio das "suas mulheres", Carmen Maura e Penélope Cruz. Para nós é voltar ao prazer de ver um filme de Almodóvar. Nem sei se se pode falar em prazer, ver um filme do cineasta espanhol é, por vezes, como levar um murro no estômago. Lembro-me de, ainda bastante jovem ver filmes como MATADOR(1986) e o polémico A LEI DO DESEJO e ficar a pensar em como é que num país tão católico e conservador como Espanha se faziam filmes daqueles. Em Portugal o escândalo veio numa semana de filmes polémicos na RTP que fizeram saltar as hostes mais puritanas. Os filmes foram a LEI DO DESEJO e o IMPÉRIO DOS SENTIDOS de Nagisa Oshima, este último continha cenas de sexo explícito nomeadamente as famosas sequências de sexo oral e da mutilação genital. Confesso que nos dias seguintes delirei com a reacção dos puritanos hipócritas(qual Diácono Remédios) do costume que vieram diabolizar a RTP. Mas apesar de tudo foi MATADOR que me tornou fã de Almodóvar para sempre; A história de um toureiro que quando atinge o orgasmo mata a companheira e que um dia se depara com uma sensual advogada que tem exactamente o mesmo problema, o que acontece quando se juntam?

Bem, mas deixemos Almodóvar e voltemos a VOLTAR:
Raimunda (Penélope Cruz) está casada com um operário a viver do subsídio de desemprego e tem uma filha adolescente (Yohana Cobo), Sole (Lola Dueñas), a sua irmã, ganha a vida como cabeleireira. Carmen (Carmen Maura) é a mãe de ambas que morrera num incêndio junto com o seu marido. O fantasma de Carmen volta à sua terra para ajudar, primeiro a sua irmã (Chus Lampreave) e depois a Sole, embora com quem tenha deixado importantes assuntos pendentes tenha sido com Raimunda e com a sua vizinha da aldeia, Agustina (Blanca Portillo).

Realização: Pedro Almodóvar
Com: Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Dueñas, Blanca Portillo, Yohana Cobo, Chus Lampreave
Espanha, 2006